REVO transforma raiva familiar em EP sobre a herança emocional da humanidade
- Dante Azevedo

- 2 de dez.
- 2 min de leitura

A banda REVO colocou nas plataformas digitais o EP "Fúria Secular", trabalho que questiona de onde vem a raiva que a gente sente. A resposta não é simples — e talvez seja mais antiga do que você imagina.
O disco nasceu de um problema real: Grande Gui, vocalista, estava com raiva reprimida por causa de conflitos sérios com o irmão mais velho. Daquele nó na garganta saiu uma teoria: e se a raiva que sentimos hoje não é só nossa?
"Cheguei à conclusão de que os sentimentos que os seres humanos sentem são frutos de sentimentos dos nossos antepassados. Muitos sentimentos negativos que sentimos no dia a dia estão atrelados a uma fúria de muitos séculos que nós, como sociedade, carregamos", explica Grande Gui.
É tipo descobrir que você herdou mais do que o nariz torto da família — herdou também a raiva dela.
Grande Gui começou escrevendo sozinho, desenvolvendo o tema e as primeiras letras. Depois, chamou Vini Mota para refinar o material. Juntos, trabalharam letras e instrumental.
A pré-produção começou no primeiro semestre de 2025, logo depois que o baixista Gabriel Voltan entrou na banda. A partir daí, o restante do grupo entrou para desenvolver o som completo.
A gravação rolou no Estúdio Tyranosom, no bairro da República em São Paulo. A engenharia de som ficou por conta de Ricardo Brilhante, da banda Antígona. Tudo produzido pela própria REVO, no melhor estilo faça-você-mesmo — ou DIY, se você prefere o termo em inglês que todo mundo usa pra parecer cool.
"Fúria Secular" não é sobre superar a raiva. É sobre entender de onde ela vem. Sobre reconhecer que talvez a gente esteja carregando mochilas que não são só nossas.
E sobre transformar isso em música alta. Porque se a raiva é secular, nada mais justo que ela tenha uma trilha sonora à altura.
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