Entre caos e autenticidade, Lola Young apresenta “I'm Only F**king Myself”
- Olivia Lancaster

- 18 de set.
- 2 min de leitura

Depois de transformar “Messy” em um fenômeno no TikTok e no streaming, a cantora britânica Lola Young apresenta ao público seu terceiro álbum, “I'm Only F**king Myself”, lançado em meio ao auge de sua carreira e ao processo pessoal de recuperação. O projeto consolida a artista como uma das vozes mais autênticas e provocativas da nova cena pop internacional.
“Messy” não apenas rendeu milhões de reproduções ao redor do mundo — em janeiro foi a música mais transmitida por um artista britânico globalmente — como também funcionou como manifesto. Na canção, Young expõe as contradições de um relacionamento tóxico com ironia e brutalidade emocional, qualidades que marcam todo o novo trabalho.
Gravado durante um período de reabilitação, “I'm Only F**king Myself” documenta uma fase turbulenta da vida da cantora, com letras que transitam entre hedonismo, vício, autodestruição e vulnerabilidade. O álbum abre com o hino irreverente “FUCK EVERYONE”, mergulha no clima dançante de “One Thing” e atinge o ápice emocional em faixas como “CAN WE IGNORE IT? :(” e “d£aler”, esta última com batida funk e atmosfera dos anos 1980.
A produção de Solomonophonic (SZA, Remi Wolf) dá leveza e frescor ao disco, mesmo quando as composições descem a territórios mais sombrios. A potência vocal de Young, alternando entre gritos rasgados e sussurros intimistas, reforça a intensidade de um trabalho que não foge das imperfeições.
Ex-aluna da BRIT School — por onde passaram nomes como Adele, Amy Winehouse e RAYE —, Lola Young chamou atenção ainda na adolescência e assinou com a Island Records após conquistar empresários ligados a grandes vozes britânicas. Se no início sua discografia apostava em baladas melancólicas, agora a artista assume de vez a persona de estrela pop desbocada, sem medo de soar crua ou desconfortável.
Com “I'm Only F**king Myself”, Young se distancia da estética polida que domina parte do pop atual e oferece um retrato honesto, barulhento e por vezes caótico de sua trajetória. O resultado é um disco que a aproxima de figuras icônicas como Amy Winehouse e Lily Allen, reafirmando sua identidade: uma artista capaz de transformar a própria vulnerabilidade em rebeldia sonora.
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