Criolo transforma o The Town em vitrine de sons múltiplos
- Heitor Brandão

- 14 de set.
- 2 min de leitura

O rapper Criolo mostrou neste sábado (13), no Palco Quebrada do The Town, que seu hip-hop continua sendo um território aberto, onde cabem várias vozes e ritmos. Em uma noite fria, o artista percorreu reggae, afrobeat, rap, pagode, pontos de macumba e até drum’n’bass, sem perder o fio da conversa com a plateia.
Vestindo uma jaqueta estampada com a foto da deputada Erika Hilton e a frase “Deixa Arder”, Criolo reafirmou símbolos que marcam sua trajetória. No cenário estavam presentes tanto referências ao Corinthians quanto homenagens a trabalhadores, lembrados por uma faixa em que se lia “e viva os carrega!”.
O repertório girou principalmente em torno de seus discos mais celebrados, Nó na Orelha (2011) e Convoque seu Buda (2014). Em músicas como Mariô e Duas de Cinco, as linhas de baixo pulsaram sobre bases eletrônicas assinadas por Daniel Ganjaman. No interlúdio com Canto de Xangô, clássico de Baden Powell e Vinicius de Moraes, Criolo trouxe percussões e texturas orgânicas, mas sem abandonar o espírito do rap, que reapareceu com força em Subirusdoistiozin.
Quando entoa Não Existe Amor em SP, um dos grandes hinos recentes da música brasileira, o cantor mantém o arranjo original, prova de que a canção já carrega em si a potência de um clássico contemporâneo.
O show também abriu espaço para o samba. Sentado num banquinho, Criolo puxou Menino Mimado e O Carnaval Chegou, valorizando o cavaquinho e o talento dos músicos do Pagode da 17, coletivo do qual parte de sua banda faz parte.
Outro destaque foi a participação de Stefanie MC, referência no rap nacional que lançou seu primeiro álbum em 2025 após longa trajetória. A história ecoa a do próprio Criolo, que também esperou muitos anos para conquistar reconhecimento.
Fiel ao espírito do hip-hop, o show terminou em coletivo: Criolo cercado de amigos e parceiros no palco, enquanto a multidão aplaudia em coro.
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