Considerações sobre o matriarcado metálico por Mercedes Lander
- Olivia Lancaster

- 27 de jun.
- 2 min de leitura
Mercedes Lander, baterista do Kittie, disse uma coisa óbvia que ainda precisa ser dita: as mulheres são o futuro de tudo. Em entrevista ao canal Loud TV, a canadense foi direta como uma pancada de bumbo duplo quando questionada sobre o papel feminino no heavy metal. "Sem as mulheres, você não tem nada", declarou, e pronto — conversa encerrada, microfone no chão.
A ironia é que Mercedes também admitiu que "a cena metal não mudou". Segundo ela, as coisas continuam iguais, só há mais representação feminina agora. É aquela situação familiar: o cenário permanece hostil, mas pelo menos agora tem mais gente para dividir os perrengues. "Além disso, nós estamos mais velhas e cansadas", brincou a baterista — porque humor é sempre uma válvula de escape quando se fala de décadas batalhando em território masculino.

O que chama atenção é como as mulheres no rock e metal seguem enfrentando os mesmos obstáculos de sempre: preconceito de gênero, racial, etário, socioeconômico e por aí vai. É como se fosse um bingo da intolerância, onde você marca quantas casas consegue preencher só por existir. Mesmo assim, elas continuam resistindo, tocando, compondo e provando que pertencem àquele palco tanto quanto qualquer um.
A presença feminina cresceu não só entre as artistas, mas nos bastidores da indústria e na própria plateia. Isso é fundamental para que a cena evolua e pare de ser um clubinho exclusivo daqueles que acham que metal de verdade só pode ser feito por homens heterossexuais brancos de 20 e poucos anos — os mesmos que fazem teste de metaleiro como se fosse vestibular. Mercedes e o Kittie seguem com shows pelos Estados Unidos este ano, carregando a bandeira de quem nunca precisou pedir licença para estar onde sempre deveria estar.
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