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80 anos de Raul Seixas: série, shows e tributos celebram o Maluco Beleza

  • Foto do escritor: Olivia Lancaster
    Olivia Lancaster
  • 20 de jun.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 1 de jul.

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Raul Seixas faria 80 anos. Isso mesmo: o Maluco Beleza, o cara que dizia ter nascido há 10 mil anos atrás, agora teria idade para pedir prioridade na fila da farmácia. Mas ele não está morto, pelo menos não completamente. Uma série biográfica, shows, exposição, DJs, holograma de inteligência artificial, remix eletrônico com alma de vinil e até performance de fã no camarim cenográfico do MIS prometem ressuscitar o mito em todas as formas possíveis. Uma comoção vintage pop que diz muito mais sobre a saudade coletiva de um país sem bússola do que sobre nostalgia pura.

 

A série "Raul Seixas: Eu Sou", que estreia no Globoplay, leva o tributo a sério. Tão a sério que o ator Ravel Andrade foi corrigido por um produtor por tocar um ré errado com o dedo errado. Tudo para que o Raulzito que aparece em cena, improvisando, compondo, se debatendo com sua própria lenda, seja mais do que um cosplay bem maquiado. É a história de um artista que criou um personagem tão forte que engoliu o criador. Do menino de Salvador ao profeta do caos, passando por Elvis, discos voadores e, claro, uma visitinha mítica à casa de John Lennon.



Ravel Andrade interpretando Raul Seixas em cena da série "Raul Seixas: Eu Sou" — foto Ariela Bueno/Divulgação
Ravel Andrade interpretando Raul Seixas em cena da série "Raul Seixas: Eu Sou" — foto Ariela Bueno/Divulgação

 

Mas o que realmente emociona é ver que Raul ainda pulsa, mesmo recriado em bits e bytes. Vivian, filha dele, comanda shows, prepara remixes e até conversa com o Raul digital que foi recriado com IA. É brega? É lindo? É tudo isso junto. Porque Raul era isso, a mistura impossível entre o ridículo e o genial, entre a crítica social ácida e o deboche que abraçava o absurdo com gosto. E essa memória afetiva está agora espalhada em 13 salas de exposição, cada uma baseada numa música. Nada de ordem cronológica, porque Raul não cabia em linha reta.

 

Entre um playback, uma garrafa, uma ideologia e uma mosca na sopa, o Brasil reencontra um pedaço seu. O homem que avisou, antes de qualquer rede social, que sociedade é uma engrenagem enferrujada, e que ser maluco, às vezes, é o jeito mais lúcido de existir. A série mostra tudo, o gênio, o mito, o homem destruído pelo álcool e pelas próprias ideias radicais. Raul não volta em carne e osso, mas volta em espírito, e talvez seja esse o único tipo de reencarnação que um Maluco Beleza precisa.



 
 

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