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My Chemical Romance custa caro, mas as taxas da Eventim doem mais que adolescência emo

  • Foto do escritor: Olivia Lancaster
    Olivia Lancaster
  • 30 de jun.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 1 de jul.

A Eventim resolveu que três taxas não eram suficientes para sugar o consumidor brasileiro e inventou mais uma: a "taxa de processamento". Porque, aparentemente, cobrar taxa de serviço e taxa de administração já não bastava para cobrir os custos de... bem, fazer o trabalho deles. Agora querem mais 3,8% para "proteger dados financeiros" - como se isso fosse um favor extra que estão fazendo, não uma obrigação básica de qualquer empresa que mexe com dinheiro.

 

A situação ficou cômica quando tentaram justificar a nova cobrança. Segundo a empresa, a taxa serve para "custos essenciais do sistema de pagamentos eletrônicos". Traduzindo: cobram para fazer exatamente aquilo que uma empresa de ingressos deveria fazer por padrão. É como se um restaurante cobrasse uma "taxa de mastigação" porque precisa pagar a conta de luz da cozinha. A criatividade brasileira para inventar cobrança não tem limites.

 

Erika Hilton (PSOL-SP) entrou na briga e encaminhou as reclamações para a Senacon, chamando a nova taxa de "inaceitável". O Procon-SP também resolveu se mexer e notificou a empresa para explicar direitinho essa sacanagem toda. Porque uma coisa é cobrar por serviço prestado, outra é inventar taxa para cobrir custo operacional básico - que, teoricamente, já deveria estar embutido no preço original.


Erika Hilton via X (antigo Twitter)
Erika Hilton via X (antigo Twitter)

O resultado prático é que um ingresso de R$ 322,50 vira R$ 426,22 - um aumento de 32,1% só em taxas. Para quem compra ingresso de R$ 895, o valor final chega a R$ 1.144,44. É quase como se a Eventim tivesse descoberto uma máquina de fazer dinheiro: pega o preço real, inventa três nomes diferentes para cobranças extras e pronto. Lucro garantido enquanto o consumidor se vira para entender por que pagar para ver My Chemical Romance ficou mais caro que uma passagem aérea.

 

No fundo, é só mais um capítulo da saga brasileira de "como transformar tudo em negócio" - onde até respirar no evento provavelmente vai virar taxa em breve. A única surpresa é que ainda não inventaram a "taxa de indignação" para cobrir os custos de lidar com consumidor revoltado. Mas dê tempo ao tempo.

 
 

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