Ezequiel Neves: veneno, amor e caos em 105 minutos
- Olivia Lancaster

- 1 de out.
- 1 min de leitura

Ezequiel Neves era aquele tipo de pessoa que você amaria e odiaria ao mesmo tempo. Não tinha filtro, não tinha paciência, não tinha dó — e o documentário “Ninguém pode provar nada” resolve mostrar isso sem cerimônia. Rodrigo Pinto e Kika Serra fazem questão de lembrar que o cara era ator, jornalista, produtor musical, amigo e mentor de Cazuza. Um homem que transformava qualquer situação em espetáculo, e não necessariamente um espetáculo bonitinho.
No filme, Emílio de Mello encarna Ezequiel com a coragem de quem sabe que vai ter que lidar com sarcasmo, exageros e uma boa dose de drama. E tem de tudo: histórias com Rita Lee, inventividade, críticas impiedosas a músicos consagrados e até entrevistas que nunca existiram. É como se o documentário dissesse: “Olha, o mundo não aguenta tanto, mas a gente vai mostrar mesmo assim.”
A câmera não poupa ninguém — nem Ezequiel, nem o público, nem o espectador que acha que vai ver um documentário fofinho sobre música. Tem intensidade, tem caos, tem memória afetiva e crítica social misturada. Neves era louco? Claro. Mas era louco de um jeito fascinante, que todo mundo que conviveu com ele lembra.
No fim, o documentário não é sobre provar nada, nem tentar domesticá-lo. É sobre capturar a energia de um homem que fazia do veneno arte, que era capaz de amar e azucrinar ao mesmo tempo, e que continua sendo uma figura impossível de ignorar. E se você acha que vai sair do cinema confortável, bom… não vai.
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